De volta para casa

Ontem, voltando para casa, me lembrei de 1992.
Em 1992 eu voltava para o Rio, depois de morar quase 2 anos em Portugal. E uma das memórias que ficou na minha cabeça foi o voo da volta. Nessa época as pessoas ainda batiam palmas quando o avião tocava o solo, provavelmente, um misto de felicidade por ter chegado com o fato de nada grave ter ocorrido no voo.

A memória mais marcante é a de já estar quase pousando. De passar pela cidade pelo alto.

Olhar essa cidade tão linda, do alto, sempre me faz bem.

Eu lembrei disso ontem, porque na volta para casa, fui pela Estrada Grajaú Jacarepaguá.

Um dos meus caminhos preferidos na volta para casa. Preferido porque em certo momento, quando já estou descendo do lado do Grajaú, eu tenho visão de uma grande parte da cidade. Já toda iluminada.

E de longe, continuo achando ela linda. Digo de longe, porque só assim consigo ignorar as suas mazelas.


Falamos muito, principalmente nos últimos dias, da corrupção dos nossos representantes políticos mas esquecemos que nós colocamos eles lá (e se calhar muitos de nós faríamos pior do que eles). Falamos desse assunto mas esquecemos que somos nós quem jogamos o lixo pela cidade; Que somos nós quem dirigimos achando que estamos sós na rua, naquele momento; Que discutimos com outras pessoas e brigamos por muito pouco ou quase nada…

Acho que por isso, fico pensando em 1992. Na volta pra casa. No Rio de cima. Porque nessa época eu era garoto e não via o mundo como vejo hoje.


Até porque, mesmo com todos os problemas da época, o Rio era outro, também.

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